O Parque Nacional da Cangandala foi criado em 1963 e situa-se na província de Malanje, a cerca de 30 km a Sudeste da capital da província.
O Parque é o mais pequeno do país, ocupando uma área de 63.000 hectares, e tendo como limites naturais o rio Cúque a Sul e o rio Cuíje a Norte. Como centros administrativos, o parque possui os postos do Bola Cassaxe a Oeste e do Culamagia a Nordeste.
Para além da Palanca Negra Gigante, a fauna do parque inclui ainda palancas vermelhas, kissemas, sitatungas, nunces, golungos, bambis, seixas, facocheros e porcos do mato.
A Reserva Natural Integral do Luando foi criada em 1938 e situa-se na província de Malanje na maior parte da sua extensão mas entra ainda um pouco a Norte da província do Bié.
A reserva ocupa uma área de 828.000 hectares, apresentando como limites naturais o rio Kwanza a Oeste e o rio Luando a Norte e Leste. Como principais localidades no seu interior, destacam-se o Cunga Palanca, Capunda, Kimbango e o Mulundo.
O macho adulto dominante defende um território, dentro do qual se poderá encontrar uma manada formada pelas fêmeas, crias e jovens. As Palancas Negras Gigantes são animais sedentários, muito fiéis aos seus territórios, e que nunca realizam migrações.
O período de gestação da Palanca Negra Gigante é de 8 a 9 meses. A maioria das crias nasce entre Maio e Julho, coincidindo geralmente com o final da época das chuvas.
Estes animais alimentam-se predominantemente de gramíneas mas consomem alguma folhagem de árvores e arbustos, especialmente na época seca.
Aprenda a distinguir
Existem várias espécies de palanca negra em África. A palanca negra vulgar existe nas províncias do Cuando Cubango e do Moxico, e em países vizinhos.
A Palanca Negra Gigante distingue-se pelos seus cornos excepcionalmente longos (podem atingir 1,65 m de comprimento) e pelas distintivas manchas brancas da face.
Estatuto de Conservação
A Palanca Negra Gigante é um antílope que só existe em Angola. A beleza e raridade deste animal levaram à criação de duas zonas de protecção nas áreas em que habita, hoje conhecidas como Reserva Natural Integral do Luando e Parque Nacional da Cangandala.
Tem um estatuto de protecção internacional desde a resolução tomada em Londres na Convenção Internacional para a Protecção da Flora e Fauna Africana em 1933. Actualmente, a Palanca Negra Gigante possui um estatuto de Criticamente Ameaçada (CR) na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, 2015).
Nos anos 70 estimava-se uma população total de cerca de 2500 palancas. Actualmente, são estimadas aproximadamente 200 indivíduos (cerca de 70 na Cangandala e 140 no Luando). A caça furtiva com armadilhas e armas de fogo é a principal causa desta diminuição e continua a ser a maior ameaça ao nosso símbolo nacional. A Palanca Negra Gigante encontra-se totalmente protegida ao abrigo da legislação nacional, e de tratados internacionais como a CITES (Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Fauna e da Flora Selvagem Ameaçadas de Extinção).